
nada mais oportuno que a goleada aplicada neste domingo pelo maior do mundo sobre o bom time do Botafogo/SP pelo estadual de 2010. Além do chocolate aplicado pelo são Paulo em plena Páscoa, se formos mais fundo no real significado da data encontramos outras associações pertinentes.
Antes que alguns leitores mais radicais se manifestem, gostaria de dizer que não tenho qualquer intenção de misturar futebol com religião, mesmo que essa prática esteja cada vez mais presente nas camisetas, comemorações, entrevistas e até mesmo em visitas solidárias do mundo futebolístico. Mas o fato é que justamente na festa em que é celebrada a ressurreição de Jesus Cristo pudemos presenciar alguns milagres em pleno Cícero Pompeu de Toledo.
Em uma tarde chuvosa, com o campo pesado, nem o mais otimista são-paulino acreditaria que o velocista Marlos pudesse render tanto quanto o fez no último jogo. O ágil ponteiro se movimentou muito, partiu pra cima dos marcadores, se apresentou pro jogo, deu passes precisos e anotou um golaço que abriu a porteira e deu tranqulidade para o time voltar no segundo tempo. A sua volta à vida no são Paulo é sim um grande milagre, pois muitos o rotulavam (e ainda o fazem) como mais uma promessa que não vingou em time grande e até concordo que ele ainda precisa provar muito, mas ontem mostrou que pode ser uma excelente opção em nosso time tão carente de velocidade.
Outra graça alcançada em tarde tão iluminada foi a ressurreição do nosso camisa 10. Hernanes foi fundamental no triunfo tricolor e fez ótima partida, tanto na marcação quanto na criação, coisa que há muito tempo não ousava fazer. Concordo que a boa atuação de Hernanes pode não ser assim tão surpreendente, pois o craque já mostrou em outros campeonatos do que é capaz, mas sua evolução é visível e a regularidade obtida de umas partidas para cá é algo que devemos celebrar.
Júnior César é mais um pobre mortal que ganhou vida nova no são Paulo após suas últimas exibições, incluindo a deste domingo. Ainda não é aquele apoiador perigoso que brilhou no tricolor carioca, mas de longe vive sua melhor fase no São Paulo participando ativamente do jogo, com rapidez no ataque e ótimo posicionamento defensivo.
São-paulinos, o fato é que mesmo com o gostinho amargo da infeliz paradinha do nosso capitão, da discreta atuação de Fernandinho, e tendo ainda muitos outros moribundos em nosso elenco que precisam ressuscitar enquanto é tempo, no fim das contas nossa Páscoa foi como sempre deve ser: doce e milagrosa.